6 de setembro de 2009

Afinal, quem diz o que Devemos Ler?

É um tema que está sempre na calha. E não há muita filosofia à volta disso. Claro que cada um é livre de ler o que quiser sem esperar que os outros o ostracizem por isso. A literatura, como a música, ou o teatro, é uma vertente popular da expressão da cultura de cada um. Eu gosto do Carlos Ruiz Záfon, defendo mesmo que é um dos melhores autores da actualidade, digo eu, e milhões de outros leitores; Mas ele gosta exclusivamente de Villa-Matas e de Martin Amis; Outro venerará Ian McEwan; Nós todos gostamos de Agustina, Nora Roberts... And so on. É uma imaturidade dizer que os outros devem ler este ou aquele livro só porque sim, porque é a bela-literatura, ó por favor, os tempos da Inquisição e do pensamento único ficaram lá atrás, na memória do passado.
A leitura é um acto solitário na acção, mas um acto social e psicológico na partilha. Nem todos lêem a chamada bela-literatura porque não têm conhecimentos para tal.
Como povo, como cidadãos do mundo, temos um défice de leitura, e está mais que provado, a leitura, os livros, ensinam-nos tudo o que podemos imaginar. E há indíviduos que meia volta fazem apelo à leitura, aos jovens, mas também aos pais, que o que é bom ler isso e aquilo, mas eu pergunto se isso não é ter lower expectations relativamente ao gosto e à tendência do Outro, será o quê? Haverá autoridades que saibam melhor do que eu o que devo ler? Sobretudo o que os outros devem ler? Haverá um Vaticano da Leitura, que publica o rol dos 100 livros indispensáveis à boa formação do espírito e da inteligência? Mas afinal em que mundo vivemos? Ou será que todos estes leram O Capital, O Ulisses, A Montanha Mágica, O Dom Quixote? Give a break, please!

2 comentários:

Paula disse...

Cada um deve ler somente o que gosta. Quando a leitura se torna uma obrigação é terrivel!
Claro que aos mais novos podemos ir dando pistas até que eles encontrem o seu rumo, o seu caminho e façam da leitura um prazer e não uma angustia!

:)

Unknown disse...

Antes de mais obrigado pelo comentário.

Há muito tempo que se perdeu os complexos de superioridade que ouvir Quim Barreiros, ou Toni Carreira era menor... Meu Deus, isso soa tão mal.
Eu acho que o mesmo se passa com a leitura. Deixem ler o que cada um gosta, quer e deseja!
Portanta Paula, não poderíamos estar mais de acordo.

:)