23 de fevereiro de 2012

Fazer melhor é possível

Imagem partilhada pela amiga Maria João Cavaco hoje no Facebook.


A recessão económica por que estamos passando gera insegurança nas pessoas, e a insegurança pode gerar medo, pânico até. A queda do poder de compra, a ausência de poupança, a incerteza com que todos, sem expeção, temos de lidar, são "inputs" que não podemos apenas ignorar. Sim, eles moldam-nos! Sim, eles dão cabo da nossa paciência! Mas teremos de pensar assim?

Há uma coisa de que me convenci há alguns meses atrás: da inevitabilidade de termos de passar por um período de crise, mais ou menos longa, mais ou menos profunda. Inevitável. Ponto. Mas também a crise pode servir para fazermos alguma coisa de, não quero dizer melhor ou mais positivo, mas de diferente. Falo da mudança que uma crise arrasta consigo. 

1. Mudança de comportamento perante o nosso status quo.

2. Alteração dos hábitos de consumo tradicionais.

Em plena crise, a forma como raciocinamos transmuta-se bruscamente, adaptamo-nos a gerir prioridades, a abdicar de coisas que considerávamos indispensáveis até há uns anos, revemos planos de férias e investimentos que pensávamos adquiridos. Talvez muitos de nós estejam a experimentar um "downsizing" que trará, a seu tempo, os seus frutos. Para muitos, contra-condicionar, num espaço de tempo relativamente curto, anos e anos de algum consumo excessivo e descontrolado (por vezes a compra de casa, de carro, apenas) é como ir para o ginásio e querer perder o excesso de peso numa semana, ou num mês. Nós só perdemos efetivamente peso com um plano de trabalho estruturado e de longo prazo. Não querendo entrar em política, que acaba por colocar uns contra outros, acredito que os governantes do meu país estejam a trabalhar por esta bitola. O futuro dirá. Eles ainda não levam um ano de governação. Deixemo-los trabalhar na tarefa de longo prazo. É aí que veremos os resultados.

Mas podemos fazer mais? Sem dúvida que sim. As crises puxam pela criatividade, nomeadamente na pesquisa de soluções duradouras e consistentes. O que cada um tem a fazer depende dele próprio, do quanto ele quer e pode fazer. Mas pode sempre fazer mais; Ou, em alguns casos, fazer melhor. A minha filha mais velha está a ler. Espero que ela perceba o valor e a importância que a leitura tem no desenvolvimento cognitivo e experimental de uma geração de quadros competitivos e num mundo que, gostemos ou não, está em permanente mudança.      

Sem comentários: