(Imagem extraída do Google)
Independente do resultado das negociações PSD/PS para a viabilização do Orçamento de Estado, que se tenha conhecimento, e, para tal, não é preciso fazer um esforço de memória muito doloroso, o país está em crise desde há dez anos.
Mas não se compreende como os sucessivos governantes foram enchendo os olhos dos eleitores com charadas estatísticas, e que estes não se tivessem levantado para protestar na rua. Em França, os franceses revoltam-se porque querem mexer dois anos na idade de reforma. Por cá, com aumentos de impostos plurianuais, quedamo-nos mornos no sofá da sala, pachorrentos em frente ao televisor.
Uma pergunta que então se impõe, é saber por onde andou a oposição deste país? Durão Barroso fugiu para Bruxelas; Santana Lopes foi destituído através de um acto político rocambolesco; Manuela Ferreita Leite, Marques Mendes e Filipe Meneses não estiveram, por uma qualquer razão, à altura do combate; Pedro Passos Coelho vai-se afirmando progressivamente... Mas... É preciso mais!
A questão de se saber se a direita é melhor que a esquerda é um pouco mais profunda do que a questão da liderança.
Há primeiramente uma questão de adaptabilidade da direira à modernidade. Tradicionalmente conservadora e reaccionária, a direita demora a libertar-se dos tiques do passado: dos bons, dos maus, e daqueles tiques cuja receita não mais funciona.
Por outro lado, falta a esta mesma direita uma visão mais inteligível, pragmática e estratégica da sociedade. Não é "contra o poder marchar marchar", que se lá chega. É preciso mais!
No duro campo de batalha da política, a direita frequentemente deixa o seu flanco desprotegido, seguindo cegamente em frente sem saber muitas vezes para onde ou por onde vai. Não tem plano B. É mais tudo ao molhe e fé em deus.
A esquerda não. Raramente costuma atacar sem uma profunda reflexão (não admira para que sirva tanta comissão de estudo). A esquerda contempla circunspecta o meio envolvente, e ataca sem nada o fazer prever. É, digamos, boa discípula das melhores tácticas de guerra.
Os desiquilíbrios de uma e outra ala, ou, se quiserem, os excessos e os défices, de uma e outra ala, não trazem resultados produtivos para o bem geral.
Acredita-se que a direita esteja a renascer progressivamente do fundo do poço. Crê-se que essa massa de água transborde a seu tempo, e volte a irrigar os campos férteis do país, do Estado e da sociedade.
Até lá, sentar-nos-emos pachorrentos no sofá e fiquemos à espreita!
1 comentário:
Portugal é intrinsecamente de Esquerda...infelizmente
JNAS
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