1 de dezembro de 2013

Humanista e liberal, porque não?

Andei semanas adiando este post, enquanto esperava para ver alguns desenvolvimentos recentes do país, num momento em que se discute muito, se debate ainda mais, reclama-se, indignamo-nos com n coisas, mas fugimos de enfrentar o nosso crónico problema de frente.
As esquerdas portuguesas não querem ver, nem conhecer, as novas realidades emergentes que se sucedem todas as semanas. A bem dizer: as esquerdas portuguesas estão-se nas tintas para os indicadores recentes de crescimento económico, como o aumento das exportações, reequilíbrio da balança comercial, subida ténue da oferta de emprego, subida ténue dos índices de confiança dos consumidores, entre outros.
Mas tudo isso são lugares comuns e frases feitas? Sim, sem dúvida que sim. Mas as evidências começam a falar por si.
Cada vez que vejo e oiço o Dr. Soares, e as suas ferozes palavras contras as direitas, e os seus indignos representantes, hoje na governação, quais monstros das profundezas, sinto que são essas mesmas esquerdas, lideradas por aquele, que se encontram em recessão ideológica e desenquadradas de um tempo que vivemos já por tempo muito longo. Se, durante décadas, as esquerdas lutaram pelos direitos de que todos nós atualmente, direta ou indiretamente, usufruímos, fizeram-no à sombra do crescimento económico e da produtividade. No entanto, embalados pela sua própria cultura social, gastaram para além do suportável, e convenceram-nos de que certos direitos eram inalienáveis, mesmo que no futuro se tornasse insustentável sustentá-los.
Mas se existe um país à esquerda, há outro que não é nem de esquerda, nem de direita, que transpira mudança e inovação, e que, com as dificuldades circunstanciais, quer progredir e fazer o país prosperar. Um país que acredita que a resposta para a insalubridade social está na economia privada, no investimento, na criação, gestão e redistribuição de riqueza, nos empreendedores e nos aventureiros que estão a gerar emprego neste momento sem pedirem licença ao Estado.
Para tal seria bom que a própria teoria liberal se reformasse e evoluísse para um sistema de produção e distribuição de riqueza mais justo e equitativo. Mas isso não compete apenas ao Estado, compete a todos. E se conseguem convencer meio país de que não há capitalistas e neo-liberais nas fileiras socialistas, não convencem a outra metade. De tal modo, que neste momento, a nossa solução coletiva não passa pelo reforço do socialismo. Não e não!
E se o Humanismo é compatível com o Liberalismo? Não tenho qualquer dúvida. E a resposta à emergência social passará uma vez mais pela (re)educação global da sociedade.

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