23 de julho de 2015

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Ideias há Muitas, in Açoriano Oriental, 23 de julho de 2015

O ano zero das companhias aéreas low cost na Região está a saldar-se por um êxito retumbante. A operação vai para quatro meses e é ver os resultados. Imaginamos já o que governantes, empresários e líderes da oposição dirão no primeiro momento de celebração. Aparentemente estão todos satisfeitos. E não é para menos. Verdade se diga sobre o sucesso a que assistimos ter um mérito tripartido. Se há efeito que sobressai rapidamente deste novo eldorado da economia insular, é o retorno e o desenvolvimento económico e financeiro que todos estes turistas estão a tornar possível. E é curioso que não é só na hotelaria que as coisas mudaram. Todos os setores ligados, direta ou indiretamente, ao turismo, estão a sentir os efeitos deste boom, apesar deHAVER setores de atividade de apoio e de suporte ao turismo que ainda nem foram criados, e que surgirão naturalmente em devido tempo, com o know how necessário, que vá ao encontro das necessidades dos turistas que nos visitam. 

Mas depois do boom, depois de satisfeita a quantidade, seria bom que nos focássemos na qualidade, pois é por aí que nos vamos diferenciar. Pelo menos foi assim que outros se diferenciaram. É prudente que se aprenda com os outros.

Deveria ter começado por dizer que não viajo com muita frequência, como tal não me sinto com a legitimidade q.b. para dissertar sobre o assunto turismo. Mas pelo que vou bebendo daqui e dali, pelo que vou observando pelas viagens, sobretudo domésticas, que vou fazendo pelo país, julgo ser capaz de opinar sobre a qualidade que pretendemos para o nosso turismo. 

Já ouviram dizer que o nosso potencial turístico é como a galinha dos ovos de ouro. E normalmente o que fazemos a uma galinha com este perfil senão explorá-la até à exaustão, como se amanhã não houvesse, que quando nos dermos conta do fim do maná, nem galinha, nem ovos, nem nada. Portanto, reaprendamos a fábula e não deixemos que apenas a memória dela nos console num futuro próximo e tomemos consciência do quão importante é termos um turismo de natureza sustentável para o futuro. Ou seja: já foi pensado fazer-se algum estudo de dimensão ambiental e económica da nossa real capacidade para receber um determinado número de turistas, tal como sugeria os Amigos dos Açores recentemente? Foi pensado algum plano de contingência caso o número de turistas aumente indefinidamente e este crescimento coloque em causa o equilíbrio das nossas reservas e habitats naturais? Temos estruturas auxiliares, como postos de turismo, polícias especializadas, serviços de intervenção médica rápida, entre outras, capazes de dar uma resposta assertiva e breve a qualquer questão que seja criada por esta avalanche de visitantes? E sendo nós uma região descontinuada, débil do ponto de vista económico, o que vamos fazer para aproveitar osLUCROS deste turismo para relançar e diversificar outros setores de atividade económica que venham a desempenhar um papel estruturante no emprego e no PIB regional?

Porque quanto a turistas, serão cada vez mais. E é esse conhecimento sobre o número e a capacidade em recebê-los que se torna importante monitorizar.

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