9 de janeiro de 2012

Cultura regional, mas do Mundo também


Em 3 de dezembro último, Paula de Sousa Lima apresentou, em Ponta Delgada, o seu mais recente trabalho de ficção, Os Últimos Dias de Pôncio Pilatos. A Paula tem um currículo que dispensa grandes apresentações. A autora já vai na sua quarta obra de ficção, é professora de Língua Portuguesa, investigadora, ensaísta, e colabora semanalmente com o jornal Açoriano Oriental com uma página totalmente dedicada à língua, à literatura e à cultura portuguesa. 

Em 2009 a Paula lançou em Ponta Delgada o seu romance Tempo Adiado, que marcou, na minha opinião, uma viragem na carreira dela. Não foi apenas a maturidade literária que foi confirmada, como marcou o seu lançamento da mesma numa editora de grande prestígio nacional, a ASA. Dois anos volvidos e a Paula regressa com o seu mais recente trabalho publicado noutro nome grande da edição portuguesa, a Casa das Letras, do grupo LeYa, que assumiu os riscos da exigência comercial que o mercado impõe. 

Em todo o seu percurso, a Paula conquistou o seu espaço nas letras nacionais, e este quarto romance vem conferir o facto da autora não se confinar ao casulo da ilha para manter a sua reputação principesca. A ambição, a coragem, mas também a tenacidade, foram valores que catapultaram a autora para fora das ilhas, bastando para tal pesquisar o seu nome nas numerosas páginas web, blogues, fóruns de discussão literária, etc. Como também basta ver os seus livros à venda nas grandes cadeias livreiras nacionais. 

Outra ilação que a Paula nos ensina é a de que devemos olhar para o futuro com esperança, porque acreditamos que a cultura gera valor de duas ordens: valor material, assim como valor intelectual, este último, considero eu, não tem qualquer preço. 

Por último, referência ao magnífico domínio que a autora tem da sua língua mãe, assim como à pesquisa histórica que fez sobre a temática do livro. 

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