23 de abril de 2012

O 25 de abril é meu, é teu, é de toda a gente

Fiquei a saber pelo Publico online que o ex-Primeiro Ministro de Portugal, ex-Presidente da República do mesmo país, Mário Soares, não vai estar presente nas comemorações oficiais do dia 25 de abril deste ano, em solidariedade para com a associação com o mesmo nome, 25 de abril. 

Seguiram-se, segundo foi também noticiado, Manuel Alegre, Jorge Sampaio. Quantos mais se seguirão?

Basicamente, a razão para tal acontecer prende-se com o fato do "atual poder político - entenda-se, o governo de Passos Coelho - deixou de refletir o regime democrático herdeiro do 25 de abril."

Perdoe-se o equívoco à dita agremiação e ao dito ex-governante, ou respeite-se a decisão, como fez o PP, mas essa atitude revela a indiferença, para já não falar de desprezo, por uma data simbólica e de referência. Numa época em que muitos jovens desconhecem por completo as lições de abril, onde pára o discurso e a ação pedagógica que caracterizou essa esquerda moderna e vanguardista? Não, não vão! Apenas porque não gostam do atual governo Passos-Portas?; Ou não vão porque não conseguem esconder o embaraço de sete anos de governação e gestão pública desastrosa, da responsabilidade do partido em que se suportam, e que levou o país à quase ruína económica e financeira?; Ou não irão porque com a direita no poder, o sentimento de superioridade de esquerda vanguardista não se coaduna com o espírito reformista e disciplinador, sobretudo no aspeto das finanças públicas, da direita de Passos-Portas? Ou estão apenas a tirar aproveitamento político de um momento difícil em que todos nós, enquanto coletivo, passamos? 

Em súmula, o 25 de abril não é para todos. Alguns reclamam-no como sua pertença. Os outros, os que na quarta feira se apresentarem nas comemorações, quiçá se tenham açambarcado impropriamente da braveza e da valentia dos capitães e políticos que lutaram pela Revolução?

E daqui se extrai a lição. Quero crer que não tanto de democracia...


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